quinta-feira, 29 de maio de 2008

Maio, Louco Maio!

Gentes!

O tempo para escrever tem sido escasso, o tempo aqui não anda corre, e principalmente estas ultimas duas semanas tem sido de loucos com trabalhos para entregar e coisas para estudar! Esta semana estou atolada na mesma, 3ªf tenho um teste e uma entrega de trabalho e na 4ªf tenho 3 trabalhos para entregar (dois ainda não estão feitos na data em que escrevo este post) …Por tudo isto, acho que percebem a minha ausência de escrita das minhas crónicas.

Mas felizmente logo a seguir a 4ªf fico livre de tudo (esperemos que seja bem sucedida e passe a tudo) e entro em Junho com o pé direito logo a viajar!!!

Pois é, 6ªf às 7h da manhã parto para uma viagem com a Catarina, durante 5 dias, de comboio e mochila às costas, por Budapeste (Hungria), Bratislava (Eslováquia) e Viena (Áustria). As expectativas são grandes, sobretudo Budapeste e Viena que são cidades lindíssimas e mal posso esperar por embarcar em mais uma viagem. A única coisa que me entristece é saber que neste fim-de-semana em que não estamos cá vão acontecer algumas festas de despedidas de amigos nossos (talvez alguns nunca mais veja) que se vão embora já no início do mês! Sim, por estas bandas todos os dias já se respira a melancolia de pensar que dentro em breve (alguns em dias outros em semanas) tudo isto chega ao fim, as crónicas desta viagem chegam ao fim!

O que se tem passado por aqui é basicamente aulas, estudar, trabalhos e festa, que como não podia deixar de ser continua a estar sempre presente! Desde Barbecue´s para comemorar os anos da nossa conterrânea Margarida, a festas nos dormitórios a concertos ao ar livre de borla (porque em Maio, para os estudantes é organizado um evento chamado Maio Livre com competições desportivas e festas e concertos em vários dormitórios e pontos da cidade).

Este mês de Maio que está quase no fim foi então calminho em termos de viagens, no entanto ainda fiz algumas coisinhas!

No fim-de-semana de 17 e 18 de Maio fui passar o fim-de-semana com a minha roomate, Sibila. Ela vive numa quinta no Norte da Eslovénia e palavras não descrevem o que foi este fim-de-semana passado a viajar pelas cidades do Norte, junto à fronteira com a Hungria, e em contacto com a Natureza e com o que de mais genuíno há na Eslovénia.

Chegamos na 6ªf à noite e nessa noite, depois de jantarmos qualquer coisa à pressa, vimos um concerto de uma banda de rock/reagge eslovena, na cidade de Ljutomer. Sábado de manhã acordo com um pequeno-almoço divinal e tipicamente campestre: pão caseiro, manteiga caseira, compota caseira, leite caseiro, muffins acabados de sair do forno com cerejas acabadas de colher, enfim uma delícia indescritível! Quem cozinha claro está é a mãe da minha roomate, que apesar dos seus 40 e tais e de muitos anos a trabalhar numa fábrica tem uma energia e um ar joviais e a todo o custo se esforça por falar inglês comigo, sempre atenciosa e preocupada se estava tudo bem, se estava a gostar, se precisava de mais alguma coisa! Para além da mãe temos o irmão da minha roomate que no fundo da timidez lá me pagou um gelado numas das tardes e de vez em quando lá pronunciava monossílabos em inglês! O pai é das maiores personagens, do alto dos seus 50 anos enverga com orgulho as suas argolas nas orelhas, fruto do espírito Punk que o faz ouvir todas as manhãs (pelas 7h da manhã) Sex Pistols no rádio lá de casa. Oferece-me vinho caseiro (confesso que do melhor que já bebi até hoje) a toda a hora e conversa sobre coisas banais mas isso não importa, cada vez que me ponho a pensar só concluo “que magnifica a combinação desta família”!!!

Depois do pequeno-almoço passamos à aventura de tomar-banho numa banheira old-school e numa casa onde não existe coisa como esquentador! A banheira tem ligado uma espécie de aquecimento manual onde a lenha começa a trabalhar 20 minutos antes para que possamos tomar banho…Sim isto é parece mesmo um relato vindo do TV Rural, mas que bom é voltar nem que seja por um fim-de-semana ao antigamente, ao ultrapassado, ao desapropriado para muitos mas a questão final é: quem é que vive melhor? Nós na correria da cidade (apesar de todos os avanços tecnológicos, sociais e culturais) ou estas pessoas no campo, na natureza, sem pressas, a saber apreciar o melhor que a vida lhes dá? Quanto não dava para ter um pouco de ambos os mundos: para poder viver numa cidade mas ainda assim poder abrir a porta de casa e ver uma imensidão de campo a perder de vista à minha frente e ouvir o som de todos os animais da quinta a dar sinais de vida enquanto vou a uma árvore apanhar uma maçã!

Enfim, deixemo-nos de divagações existenciais que o tempo é pouco! No sábado então depois disto tudo, pegamos no velhito Ford (não me lembro o modelo) que nos leva até Lenti, uma cidade húngara que fica junto à fronteira e onde aos sábados de manhã se realiza um mercado que vende tudo e mais alguma coisa, só não há homens a vender sogras porque há certos limites para o decoro! Ahahahah

Depois das compras feitas no mercado segue-se uma hora e meia de passeio pelas redondezas da cidade onde não conseguimos ver grande coisa porque, vá-se lá imaginar, nem eu (que de húngaro não percebo nada) nem a Sibila (que idem idem aspas aspas) conseguíamos perceber as placas ao longo da cidade, logo não sabíamos que direcção seguir para ver os pontos turísticos!

Mas a barriga já dava horas e decidimos seguir para Murska Sobota, a maior cidade desta região da Eslovénia que andei a visitar durante este fim-de-semana. Chegadas à cidade fomos almoçar a um restaurante típico e de seguida andámos a passear pelo parque da cidade, pelo Castelo deMurska, vimos o Victory Monument de homenagem aos soldados Jugoslavos e Soviéticos que lutaram contra a ocupação alemã e ainda uma Igreja Evangélica de estilo neo-gótico.


De seguida seguimos para casa onde queríamos lanchar e perder tempo a explorar a quinta coisa que ainda não tínhamos feito juntas, mas antes ainda parámos no único moinho flutuante da região, algo que vem do tempo da ocupação romana e que é hoje em dia raro no pais. Foi giro e sempre aproveitamos para depois da visita nos sentarmos junto ao rio a apreciar a natureza e a conversar.

Chegadas a casa fomos comer mais iguarias tradicionais para variar e decidimos ir dar uma volta pela quinta com verde a perder de vista, hortas, árvores de fruto, e animais (porcos e vacas) a parte que confesso mais gostei! Aquilo parecia aquelas histórias para os miúdos do “Vem descobrir a vida na Quinta”!!!

Á noite fomos a mais um concerto que estava a haver numa cidade vizinha e foi mais uma oportunidade para beber cerveja e conhecer eslovenos, coisa que acaba por, infelizmente, não acontecer muito em Ljubljana porque fazemos as nossas rotinas diárias entre Erasmus, frequentamos festas de Erasmus, vamos em viagens e eventos para Erasmus.

No domingo que se seguiu foi dia para acordar a tarde e a más horas, como as regras mandam! Almoçámos e depois partimos de volta para Ljubljana com a mãe da Sibila que decidiu trazer-nos de carro. Mas como estavámos de carro pudemos fazer mais umas paragens: fomos mais uma vez a Ljutomer mas desta feita para passear pelo centro da cidade, visitar a Igreja de Ljutomer, viistar o Hipódromo e comer um Gelado Maravilhoso (Pedro, não comi gelado em Murska como te tinha prometido mas comi em Ljutomer, vá fica lá ao pé!!!); vimos Jeruzalem uma zona desta região com vinhas a perder de vista (sim, porque esta região é típica por três coisas: vinho, termas e a influência romana ainda bastante presente em grande parte das cidades); e Ptuj uma das cidades mais antigas da Eslovénia onde a influência romana de que falava se encontra bastante presente. Em Ptuj visitámos o centro da cidade com uma série de edifícios e monumentos relevantes, a Igreja de St. George e o Castelo.

Ao final da tarde chegamos a Ljubljana e foi hora de dar descanso ao corpo porque no dia seguida (2ªf) eu, a Catarina, o irmão da Catarina (que a estava aqui a visitar), a Sandra e a Vanessa da Bélgica íamos apanhar o comboio às 8h da manhã para irmos passar o dia a Zagreb, a capital da Croácia que não podia deixar de visitar! Apesar do medo da chuva que deu ar da sua graça durante o fim-de-semana (não na zona da Eslovénia onde eu tinha estado, mas no centro e sul), o dia esteve primaveril o que tornou tudo ainda mais bonito!

Chegamos a Zagreb às 10h e deparámo-nos logo com a Tomislavov Square, a principal praça da cidade que fica logo à saída da estação dos comboios. Seguimos a avenida toda em direcção ao centro histórico da cidade, onde fomos ao posto de informação buscar um guia turístico com um city walk pré-definido que nos levou pelo resto da manhã e tarde à volta da cidade visitando os pontos mais importantes da cidade: Jelacic Square com edifícios do Século XVII, com uma fonte do meio e os magníficos pombos (que não podiam faltar); o Pavilhão de Exibições onde grande parte das exposições e artistas expõem os seus trabalhos; o Kaptol – Catedral da Virgem Maria e St Stephen de estilo neo-gótico; uma passagem subterrânea de homenagem aos mortos em batalhas e guerras, uma igreja a céu aberto onde qualquer um que passe pode parar; depois o mercado onde se vende desde souvenirs, a fruta e legumes a artigos de artesanato; depois ainda fizemos uma subida até ao miradouro da cidade por onde passámos ainda na St. Mark´s Church. Depois do Miradouro, foi tempo de fazer a segunda parte do City Walk que nos ia levar a uma parte downtown (onde começamos a visita, mas sem prestar atenção aos monumentos) que acabava novamente na estação dos comboios. Nesta parte da visita vimos o Teatro Nacional que é absolutamente divinal tanto por fora como por dentro, vimos o Museu Etnográfico e os Jardins Botânicos da cidade.

Tínhamos chegado ao fim do roteiro turístico (selecção Premium, Marta Neves!) e podíamos relaxar por um bom bocado ainda na relva do parque que fica na Praça em frente à estação: entre conversas das saudades de Portugal, entre lanches e morangos fresquinhos, entre sestas improvisadas e minutos de estudo superficial fez-se hora de apanharmos o comboio de volta!

E pronto, basicamente de interessante e relevante foi o que fiz neste mês que já está quase a acabar! Não quero acabar o post sem dar os Parabéns àqueles que queimaram as fitas este mês, boa sorte a todos os que vão passar à próxima etapa, etapa na qual ainda não entrei porque decidi “fugir”, sim essa mesmo: a do possível DESEMPREGO! Ahahahah

Mas sejamos optimistas! Beijos a todos por ai, a todos os que me escrevem e-mails e que me deixam comentários, as saudades são mais que muitas mas também agora só falta 1 mês (não sei se hei de sorrir ou chorar?!?!?)!

Ciao*