Mas começando em mais detalhe com um diário de bordo, saímos de Ljubljana em direcção a Praga na 5ªf à noite. Éramos 80 alunos erasmus, divididos em dois autocarros que fizeram esta viagem de 12 horas, sempre com música, álcool e animação. É óbvio que ninguém dormiu convenientemente. Atrás de mim no autocarro, tinha um espanhol e um turco que bebiam shots de whisky e comiam chocolate Milka por isso podem perceber como é que esta gente funciona quando viaja. Para mim a viagem foi uma risota como sempre, na conversa e rodeado com amigos alemães, espanhóis, franceses e ingleses. E a única oportunidade em que consegui dormir foi no final da noite, quando o cansaço já vencia a maioria, mas apenas por uma hora e meia porque sinceramente dormir em autocarros não é para mim, zero conforto, zero em termos de uma posição propicia a tal exercício!
Chegamos a Praga na 6ªf de manhã, por volta das 9h, e as visitas começaram nesse exacto momento. Vimos o Museu Nacional no seguimento da avenida principal de Praga, depois embrenhámo-nos no centro da cidade onde vimos o Teatro mais antigo e famoso de Praga, a Stone Bell House, a Charles Bridge (maravilhosa, onde um quarteto composto por idosos, um deles numa cadeira de rodas, tocava jazz e onde pintores vendiam frescos que reproduziam partes turísticas da cidade) e o Lorreto de Praga. A meio da tarde era hora de ir até ao Hostel (que ficava a cerca de 20 minutos do centro), instalarmo-nos nos quartos e ter um descanso merecido antes da noite que se avizinhava. Depois de um banho e de 2 horinhas de sono era hora de acordar de novo para um jantar tipicamente Checo, num restaurante no centro. A comida era boa e provei uma coisa típica que não me recordo o nome (o que acho que é obviamente aceitável eheheh) mas que é uma espécie de pão que serve de acompanhamento, mas as doses não eram nada de especial e ainda pagamos um bocado! Enfim, depois do jantar íamos supostamente para uma discoteca onde estava a haver uma festa porreira mas a nossa “guia” (que não era guia coisíssima nenhuma, mas apenas uma aluna erasmus checa que esteve em Ljubljana no 1º semestre) embebedou-se no jantar e consegui com que nos perdêssemos e andássemos às voltas na cidade. Como a maioria estava cansada, depois deste episodio decidiram todos ir para o Hotel descansar para poder aproveitar melhor o dia seguinte, mas eu, a Catarina, outro português, a Vanessa da Bélgica, a Bea e um outro amigo alemão decidimos não baixar as armas e continuamos a explorar a cidade pela noite a dentro. Valeu a pena foi um bocado bem passado que ainda acabou com a peripécia que foi encontrar o eléctrico correcto que nos levava de volta para o Hostel!
Ora chegados ao Hostel conseguimos ter 2h/3h de sono e era novamente hora de acordar para continuar a visita da cidade, desta vez na West Part de Praga. Começamos por ver um estádio, que os guias turísticos anunciam como sendo o maior da Europa mas que eu duvido porque parte das bancadas estavam destruídas e porque parecia que uma guerra por ali tinha passado! A seguir à visita ao estádio (para fazer o gosto à facção masculina dos erasmus), seguimos em direcção ao Castelo de Praga. A típica foto com os guardas do Castelo não podia faltar e a visita à Catedral de St Vitus também não, maravilhosa do período gótico, com vitrais por dentro, enfim valeu a pena.
Depois disto, acabamos por nos separar em grupos mais pequenos. O meu grupo composto basicamente por portugueses, uma belga, uma dinamarquesa, o nosso british James e a Bea decidiu continuar a visitar o espaço envolvente do Castelo que possibilita uma vista estonteante de toda a cidade, depois descer até ao centro para almoçar num restaurante Subway e depois visitar o Museu do Comunismo! Assim foi, o museu valeu a pena, é um retrato fiel do que foi o período socialista na Checa que, no fundo, explica parte do que o país é hoje! Vale mesmo a pena os 5€ da entrada. Ficou apenas a faltar a visita que queríamos ter feito ao Jewish Quarter, com as suas sinagogas e as marcas de Kafka em todo o lado! O tempo ameaçava chuva, o cansaço vencia a maioria. Foi comprar uns souvenirs e seguir para o Hostels porque outra noite se avizinhava, e está sim elevava as expectativas porque no dia anterior 80% das pessoas tinham descansado.
Depois de uma sestazinha e de um banho merecido, era altura de ir a um restaurante mesmo ao lado do Hostels, mas desta feita um jantar livre em que fomos um grupo de apenas 20 e poucas pessoas, todos amigos. Era uma pizzaria e como em Roma sê Romano jantamos pizza e bebemos a típica cerveja checa (uma boa porcaria mas tudo bem). Depois do jantar voltamos ao Hostels onde havia litros e litros de álcool prontos a ser consumidos (eheheheheh), onde havia gentes loucas a beber Absinto, Whisky e outros que tais, Rita e suas companheiras de quarto ficavam-se pelos jogos de embebedanço com vinho e sprite (muito mais à tuga convenhamos)!
A noite acabou com quase todos reunidos na maior discoteca da Europa Central, cujo nome não me recordo (mais uma vez é compreensível). Uma discoteca com 5 pisos, cada um com um estilo de música diferente e onde nos divertimos à grande e à francesa. Depois de 3 horas de sono era hora de acordar e tomar um pequeno-almoço reforçado, arrumar tudo e rumar para o autocarro que nos levaria de novo para Ljubljana. Antes da partida, ainda houve tempo para pararmos num enorme zona comercial com lojas e restaurantes onde podíamos fazer umas ultimas compras e almoçar. Depois de almoço seguimos viagem até Casa (sim porque o mais engraçado é que quando chego a Ljubljana depois de uma viagem sinto sempre esta sensação de voltar a casa, home sweet home)! O autocarro já ia mais calmo, afinal de contas foram dias e noites loucas para a maioria, mas ainda assim acho que quase ninguém conseguiu dormir (eu pelo menos, mais uma vez, não consegui), foi tempo para mais conversa, risada, companheirismo e partilha.
Para trás ficava uma cidade que vale mesmo a pena ser visitada, à qual fico com vontade de voltar para explorar o muito que ficou por explorar. Acho que a única coisa negativa que fica desta viagem é o gosto que os checos demonstram em querer lixar à bruta e sem escrúpulos todos os turistas, seja em lojas enquanto fazem trocos e nos tentam enganar ou nos dão dinheiro húngaro ou eslovaco, seja nas pseudo-lojas de câmbio (onde os números de cambio do Banco Europeu não interessam para nada). Felizmente, no meu caso nada de mal nesse sentido aconteceu, a única coisa que perdi foi um casaco de linho na discoteca mas por culpa minha, mas sei de inúmeras historias de amigos que foram verdadeiramente “assaltados à mão armada” por estes comerciantezinhos! Por isso, atenção se algum de vocês que está a ler isto lá decidir ir, em Praga o lema é ter sempre um olho no burro e outro no cigano (lol).
Aqui ficam agora algumas das fotos desta viagem, espero que tenham gostado, pelo menos que tenha aguçado a vossa vontade de visitar Praga porque acho que vale mesmo a pena – Check the Czech!
2 comentários:
Hey men!
Isso tem um ar de Barcelona misturado com Estocolmo.. Tudo grande eheh
Ainda bem que te divertiste.. isso é a loucura erasmus, na sua vertente realmente puta de loucura. E de pensar por aqui que andamos deprimidos por ficarmos sem estágio, sem ninguem que nos chule e nós ainda por cima agradecemos.
A verdade é que esta puta do jornalismo (não usei puta já algumas vezes neste post?) nos anda a consumir o sangue, o suor e estamos apaixonados tal e qual, ou pelo menos faz lembrar, a Julieta pelo Romeu. E agora que penso.. giro, giro era um blog sobre as aventuras de ex-estagiários, futuros precários e que podia até ter o nome do teu blog porque isto já se esperava, mas alegres e contentes por aqui seguimos e por aqui vamos andar e batalhar. E se jornalismo fosse amor?
São 2:03.
Perdoa-me.
Olá Rita Tomééé!
Estiver a ler este post sobre Praga e apesares de teres referido os comerciantes ladroes, esquecest-t da enorme quantidade de casinos que por aí existe. E da bela da comida à base de batata que é a modos que..má muito má. Espero que esteja tudo bem. Diverte-te!Eu vou lendo as tuas crónicas ;)
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